Pular para o conteúdo principal

Acho melhor levar em consideração a Cultura na elaboração de Estratégias Empresariais, hein!

 


Nesses meus mais de 10 anos em função executiva, deparei-me muito com desafios alinhados a mudança de “status quo” de organizações. Em alguns momentos com mais autonomia para aplicar “minha teoria” [ que, n a verdade, não é bem minha, mas da literatura], outras vezes nem tanto. Mas, o fato é que aprendi muito [ seja com os erros, seja  também com os acertos].


Portanto, decidi compartilhar com vocês a minha experiência, todavia, longe de mim, querer ser o grande especialista e estudioso nesta área de conhecimento. Vou organizar em algumas postagens sobre diversos assuntos, mas, por ora, focarei em Cultura e Elaboração de Estratégias.



Se conselho fosse bom, não se daria, né? 

Mas, olha!

Se eu fosse você levaria em consideração a Cultura de sua empresa na elaboração das estratégias empresariais.




Os grandes equívocos das organizações [ e vejo isso acontecer em organizações grandes], são:  


a. traçar estratégias na alta administração e “pensar” que a estrutura de comando e controle será o suficiente para execução e, consequentemente, alcançar os objetivos aspirados. 


b. Elaborar estratégias sem considerar a cultura empresarial e, o pior, não compreender que a estratégia acontece, mesmo quando não traçada pela alta direção [isso vamos entender mais a frente].


Elaborar estratégias exige conhecimento, já suas execuções necessitam de treinamento. Geralmente, na elaboração de estratégias, a alta gestão analisa o contexto e desafios atuais e futuros e, por fim, define as estratégias e ações. Todavia, quase nunca, a experiência da base organizacional empresarial é ouvida ou participa do processo, onde se concentra o grosso da ação e onde se dará a interação com os clientes e usuários [e é aí onde mora a cultura empresarial mais fortemente]. Além disso, o treinamento dessa equipe para execução acontece na forma de comunicação, com discursos motivacionais, ao invés de apresentar o porquê e o que. Portanto, resta à eles apreenderem os meios para o fins, sem entender muito bem o porquê e nem para onde está indo o barco [neste caso a organização]. Nem precisa ser gênio para saber que essa desconexão não é sustentável e que os riscos para não se atingir os resultados empresariais são imensos. 


Na verdade, essa forma de trabalhar estratégia empresarial só fortalece o "status quo” vigente e, sem dúvidas, a CULTURA irá trucidar a estratégia no café, no lanche, no almoço, na descompressão e no happy hour [ kkkkkk].


E falando em cultura, vou trazer uma definição de Silvio Meira em seu livro - O que é estratégia?. "Cultura é o fluxo de informação em um contexto". Contexto, por sua vez, é uma rede social [o que toda empresa é, querendo ou não]. "Portanto, a cultura é o fluxo de informação em uma rede social, onde as pessoas interagem entre si para criar significado e conhecimento". 



Significado e conhecimento que muitas vezes não estão documentados ou normatizados, mas estão ali influenciando o dia-a-dia da organização, inclusive, tomando e influenciando decisões [mesmo sem a alta direção saber] o tempo inteiro.


"À medida que as coisas acontecem, os agentes da rede da empresa – as pessoas – enfrentam diferentes níveis de indefinição dos problemas a serem resolvidos. Inquietos e curiosos como somos, e dispostos a dar ao cliente o que ele pede da empresa, mudamos as coisas à nossa volta para produzir os resultados necessários, transformando o contexto o tempo todo. O contexto, em todo sistema social ou organizacional é vivo, está sempre em fluxo. A CULTURA também e a estratégia, idem” [Silvio Meira - A cultura não come a estratégia no café da manhã]. Isto é o que precisa ser entendido pela alta gestão da empresa. Ao invés de sair punindo os agentes que promovem a mudança de contexto, precisa-se avaliar se aquela ação que provocou a mudança de contexto agregou valor na empresa e se satisfez o cliente. Se a resposta for sim, então devemos  consolidar essa cultura transmitindo essa informação no contexto.


Todo agente que faz escolhas em contexto, seja onde for, está o tempo todo alterando o contexto, em tempo real. A organização deve estar ciente disso, pois é sua estratégia que está o mudando. O tempo todo.


A cultura de um negócio é a prática da sua teoria, isto é, o resultado da diferença da prática e teoria é a cultura; quanto maior o hiato [ou a diferença] entre as duas, mais disfuncional e menos sustentável ele é. Considere o cenário de mudanças rápidas e de grande magnitude nos mercados e desenvolva como manter o alinhamento entre prática e teoria, aliado a competitividade e sustentabilidade. Logo, a cultura de negócios sustentáveis é uma estratégia de mudança contínua. E aí? O que você faz na empresa contribui para diminuir esse hiato entre teoria e prática? Se sim, você está contribuindo fortemente, a mudança cultural de sua organização.


Portanto, devemos elaborar estratégias levando em consideração a cultura que temos, mas estimulando a cultura que aspiramos ter na organização, sabendo que os meios para se atingir os resultados podem ser aprimorados [ desburocratizados]. 


Em minha carreira este desafio é constante [ creio que na vida de todos executivos e empresários]. Muitos foram os desafios a serem trabalhado em mudança de cultura, mas sabia que para se consegui êxito era necessário mudar contextos, isto é, criar ações que perturbassem o sistema criando fluxo de informações para, assim, aos poucos, mudar a cultura [ na verdade eu não sabia, mas tinha esse feeling...kkk]. Sempre é bom ler conteúdos que ajudar a tangibilizar esses "feelings". Uma vez, um amigo meu, definiu-me como "o cara para trabalhar mudança de status quo de empresas", mas, na verdade, todos que trabalha com inovação estão continuamente trabalhando com isso. 

obs.: Calma...estou retomando agora...em outras postagens irei trazer alguns cases que trabalhei. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Blog apoiado pela Siemens discute os principais desafios das grandes cidades

Fonte: Assessoria de imprensa da Siemens - 28.09.2009 Brasil - As mudanças globais apontadas pelo estudo "Desafios das Megacidades", desenvolvido pelas consultorias GlobeScan e MRC McLean Hazel, abriram espaço para a discussão de soluções para problemas como consumo de energia, transporte, moradia e emprego. O blog www.odesafiodasmegacidades.com.br , apoiado pela Siemens, discute temas como energias renováveis, eficiência energética, urbanização, crescimento sustentável e outras problemáticas presentes no crescimento das metrópoles e mostra como o desenvolvimento de novas tecnologias podem ajudar a solucionar os obstáculos do dia a dia de quem vive nas grandes cidades.

Veja como a Seleção Natural e Genética influenciam a Inteligência Artificial.

Rodrigo Regis Dentre várias técnicas de Inteligência Artificial existentes, hoje, vamos falar do Algoritmo Genético. O  Algoritmo Genético  ( AG ) é uma  t écnica  de busca utilizada na ciência da computação para achar soluções aproximadas para problemas de otimização e busca, inspirados nos mecanismos de seleção natural (Teoria da Evolução) e genética.  Eles combinam um mecanismo de valorização dos “melhores” indivíduos, ou dos mais adaptados ao objetivo em questão, com uma estrutura para combinar e “reproduzir” aleatoriamente estes indivíduos, criando uma nova população. Assim, a cada geração, um conjunto de novos indivíduos é criado utilizando-se informações contidas na geração passada. Os Algoritmos genéticos são implementados  em computadores em que uma população são representações abstratas de uma problema e os melhores indivíduos, dessa população, são selecionados para cruzamento. A evolução geralmente se inicia a partir de um conjunto de soluções criado aleatoriamente

Somos a média das pessoas que mais convivemos. O Homem é produto do meio?

Muitos filósofos e sociólogos já falaram estudaram de certa forma esse tema, mas [dentro de minha memória, que diga-se de passagem anda falhando ultimamente] me recordo de dois. O primeiro, Jean-Jacques Rousseau um grande influenciador do Iluminismo, bem como da Revolução Francesa. Este suíço influenciou Kant, Adam Smith [Pai do liberalismo], Nietzsche, entre outros. Para ele, “ o ser humano é melhor quando está mais próximo da natureza ” e continua “ quanto mais distante o ser humano se encontra da natureza, mais corrompido ele fica ”, isto é, o meio corrompe o homem, logo ela é produto do meio. O segundo, Karl Marx [ este, pelo menos, de nome muito conhecido],  dizia    " A existência precede a essência "; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra.  Lembro-me de debates homéricos na escola, mas isso não vem ao caso. Já fui perguntado muitas v