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Somos a média das pessoas que mais convivemos. O Homem é produto do meio?

Muitos filósofos e sociólogos já falaram estudaram de certa forma esse tema, mas [dentro de minha memória, que diga-se de passagem anda falhando ultimamente] me recordo de dois. O primeiro, Jean-Jacques Rousseau um grande influenciador do Iluminismo, bem como da Revolução Francesa. Este suíço influenciou Kant, Adam Smith [Pai do liberalismo], Nietzsche, entre outros. Para ele, o ser humano é melhor quando está mais próximo da natureza” e continua “quanto mais distante o ser humano se encontra da natureza, mais corrompido ele fica”, isto é, o meio corrompe o homem, logo ela é produto do meio. O segundo, Karl Marx [ este, pelo menos, de nome muito conhecido],  dizia  "A existência precede a essência"; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra. 

Lembro-me de debates homéricos na escola, mas isso não vem ao caso. Já fui perguntado muitas vezes: Como conseguiste desenvolver tua carreira tão rápido? Como conseguiste alçar cargos executivos com desafios tão bacanas com tão pouca idade?

Eu, sinceramente, achei que foram oportunidades que apareceram e eu estava ali, no lugar certo na hora certa. Mas, depois fui amadurecendo minha resposta e vendo que eu sempre estava preparado para os desafios que me apareceram. Então, eu me fiz outra pergunta: Será mesmo? Por que eu estive sempre preparado (com minhas capacidades desenvolvidas) quando as oportunidades apareceram? E de longe isso não é a “Sorte do Sêneca” [ ele dizia que a Sorte é o encontro da capacidade com a oportunidade - Filosofo estoico e intelectual do Império Romano].

Eu comecei a perceber que em toda minha vida sempre busquei me relacionar e ter como “amigos espelhos” pessoas com uma média bem acima da minha. Isto, em diversos aspectos e [sempre] busquei aprender. Depois de muito refletir, hoje eu respondo: Eu sou a média das pessoas que mais convivi. Essa foi a base para estar sempre preparado, aprendendo e evoluindo. Isso foi durante toda minha vida e ainda é assim. Eu sempre busco conviver com pessoas que me inspiram e aprendo com elas. Isso, serve para tudo na vida.

 Mas, como todo Engenheiro, precisamos ter algo que comprove o que estamos falando, pelo menos para quantificar o que estamos falando e sair desse “mundo de inferências”. Pois bem, recentemente, li um livro que validou todo esse pensamento, chamado CONNECTED de Nicholas Christakis (Yale University) e James Fowler (Harvard University). [ veja essa matéria no New York Times: https://www.nytimes.com/2009/10/04/books/review/Stossel-t.html]


Como as conexões influenciam nossas vidas?


Eles falam que existem 4 regras e apresentam estatisticamente vários estudos que comprovam a tese deles. 


O surpreendente poder das redes e como elas moldam nossas vidas - Como os amigos dos amigos de seus amigos afetam tudo o que você pensa, sente e faz em 4 regras, são elas: 


1)Nós moldamos nossas redes e nossa rede nos molda- Nós nos tornamos como as pessoas com quem convivemos. A transitividade ( ou seja, a quantidade de conexões que temos) afeta a qualidade de nossas vidas (influencia nossas expectativas, o tipo de pessoa com quem nos casamos, onde moramos, o tipo de trabalho que arranjamos, nossas emoções, nossa saúde - até a probabilidade de cometer suicídio).


2) Nossos amigos nos afetam – Muitas vezes copiamos nossos amigos. Os amigos nos dão permissão (e segurança) para fazer as coisas. Se um amigo fez algo/comprou algo/estou em algum lugar, é muito mais provável que também façamos/compremos/vámos lá.


3) Os amigos dos amigos dos nossos amigos nos afetam – Somos influenciados pelo que nossos amigos fazem – mas também pelos amigos dos nossos amigos – e surpreendentemente pelos amigos dos amigos dos nossos amigos. Da mesma forma, o que fazemos ecoa por três níveis de amigos antes de perder sua energia e impacto.


4) As redes têm vida própria – Ninguém controla ou é dono da rede. É complexo, dinâmico e em constante evolução. Veja como um bando de gansos não tem líder, mas se auto-organiza. Não tem ponto de controle central, mas sim uma 'inteligência compartilhada’


O mais interessante é são as estatísticas. Você pode também achar resumos do livro de forma fácil. Olha, é uma leitura bem interessante.


Logo, é bom seguir Provérbios 13:20 “O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído” e Coríntios 15:33 “Não se deixe enganar: As más companhias corrompem os bons costumes” .


Mainha, mais uma vez, tinha razão!


Portanto, meus amigos, busquem sempre está no meio de pessoas que puxem sua média para cima. Não se preocupe se não és o melhor naquele ambiente, mas busque sempre aprender o máximo com as pessoas ao seu redor. Para terminar, vou parafrasear Issac Newton “Se cheguei aqui foi porque me apoiei no ombro dos gigantes”. Nesta frase, ele disse que só conseguiu desenvolver toda a genial teoria gravitacional, por que se apoio em Galileu e Kepler. Procure os seus "Galileus" e seus "Keplers", quem sabe virarás um Newton? 

Comentários

  1. Cabra, que bacana esse artigo! As referências, desde as filosóficas até os conselhos de mainha são sempre válidos, e me conecto real com o ponto de vista que você trouxe: sabedoria de vida. Gracias!

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