Pular para o conteúdo principal

Redes elétricas inteligentes: uma infraestrutura para o século 21

Fonte: Envolverde - 08.02.2010

República Tcheca - Greenpeace projeta mensagens a favor de uma revolução energética, baseada em energias renováveis, durante Fórum Europeu de Energia Nuclear, realizado em Praga.

São Paulo - Quem tem medo do escuro pode abraçar as energias renováveis. Um novo estudo do Greenpeace, feito em parceria com o Conselho Europeu de Energias Renováveis (Erec, na sigla em inglês), mostra como as redes elétricas do mundo poderiam ser transformadas para suportar uma matriz elétrica com 90% de energia renovável em 2050.

A transformação, alcançada com um nível modesto de investimento, é uma grande oportunidade de negócio para empresas de tecnologia e permitiria cortes gigantescos nas emissões de gases do efeito estufa.

"Renováveis 24h - a infra-estrutura necessária para salvar o clima" é parte do cenário [R]evolução energética, cenário traçado sobre como garantir o fornecimento de energia no futuro de forma amigável com o clima do planeta.

Um ponto referente à Europa, detalhado no relatório, faz eco nas necessidades brasileiras. Uma comparação de 30 anos de dados meteorológicos com as curvas anuais de demanda da Europa demonstra que, com a rede elétrica em uso, há apenas uma chance de 0,4% - ou 12 horas por ano - que a alta demanda ocorra quando a geração solar e eólica é baixa. O reforço proposto para a rede retiraria esta pequena incerteza, garantindo um fornecimento constante.

O estudo explica como redes elétricas inteligentes (smart grids, em inglês) locais e regionais poderiam ser conectadas de forma eficiente com uma super rede (super grid) de alta voltagem[1], para garantir um fornecimento ininterrupto e confiável de eletricidade, sem ativar usinas térmicas a carvão ou nucleares.

No Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria a mesma oferta confiável de energia projetada para a Europa pelo relatório.

Por enquanto, a experiência de 2009, quando um blecaute atingiu quatro regiões do país, evidenciou a necessidade de investir em redes inteligentes e reforçar as existentes. Hoje não se pode confiar nas linhas de transmissão de Itaipu nos picos de consumo de energia, decorrentes do forte calor e da recuperação da produção industrial.

"Apesar da abundância de chuvas e dos níveis elevados dos reservatórios, opta-se por acionar as termelétricas fósseis, a fim de evitar o risco de sobrecarga nas linhas de transmissão das hidrelétricas", afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace. "Como efeito colateral, sofremos tanto com as emissões de gases-estufa dessas usinas quanto com seu custo elevado."

Devem ser gastos cerca de R$ 80 milhões com as termelétricas durante a temporada de calor, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

"Com redes inteligentes, nós basicamente combinamos internet com eletricidade", comenta o especialista em energia do escritório internacional do Greenpeace, Sven Teske. "Reforçar as redes inteligentes é uma grande oportunidade de negócios, especialmente para companhias de tecnologia. Na Europa, o investimento anual necessário ficaria em torno de 5 bilhões de euros, ou seja, menos de 5 euros por ano por casa. Para destravar o investimento necessário em uma estrutura que seja amigável com o clima, precisamos urgentemente de políticas que apóiem a transição para uma oferta de eletricidade 100% renovável", afirma Teske.

"O mercado global de energia renovável poderia crescer em índices de dois dígitos até 2050, e se equiparar ao tamanho atual da indústria fóssil. Hoje em dia, o mercado global está na casa dos US$ 120 bilhões e dobra de tamanho a cada três anos", diz Christine Lins, secretária-geral do Erec. "O mercado global de renováveis caminhará lado a lado com o desenvolvimento de redes inteligentes, quando a participação de energia eólica e solar fotovoltaica passar de um terço do total de energia gerada."

Mais informações:

[1] Smart Grids ou redes inteligentes enviam de eletricidade dos pontos de geração até os consumidores utilizando um sistema de monitoramento com tecnologia digital. Este sistema permite a integração de fontes energéticas descentralizadas como solar e eólica, assimilando sua entrada no sistema nos períodos de vento e sol. Permite também o controle do consumo de aparelhos e eletrodomésticos em residências e edifícios, informando os consumidores em tempo real sobre seu consumo e até desligando alguns equipamentos em períodos de alta demanda energética. Tudo isto é possibilitado através de linhas de transmissão de alta eficiência, que reduzirão as taxas de perdas do sistema elétrico. Desta forma, o sistema economiza energia, reduz custos e aumenta a confiabilidade e a transparência do consumo de energia.

Os Super Grids ou super redes usam linhas de corrente contínua de alta tensão (HVDC) para transportar grandes quantidades de energia a grandes distâncias, com alta eficiência. Este sistema permitirá que a energia eólica do sul e solar do nordeste do país seja distribuída para outras regiões, evitando a sobrecarga das linhas de transmissão de grandes centrais de geração de energia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Blog apoiado pela Siemens discute os principais desafios das grandes cidades

Fonte: Assessoria de imprensa da Siemens - 28.09.2009 Brasil - As mudanças globais apontadas pelo estudo "Desafios das Megacidades", desenvolvido pelas consultorias GlobeScan e MRC McLean Hazel, abriram espaço para a discussão de soluções para problemas como consumo de energia, transporte, moradia e emprego. O blog www.odesafiodasmegacidades.com.br , apoiado pela Siemens, discute temas como energias renováveis, eficiência energética, urbanização, crescimento sustentável e outras problemáticas presentes no crescimento das metrópoles e mostra como o desenvolvimento de novas tecnologias podem ajudar a solucionar os obstáculos do dia a dia de quem vive nas grandes cidades.

Veja como a Seleção Natural e Genética influenciam a Inteligência Artificial.

Rodrigo Regis Dentre várias técnicas de Inteligência Artificial existentes, hoje, vamos falar do Algoritmo Genético. O  Algoritmo Genético  ( AG ) é uma  t écnica  de busca utilizada na ciência da computação para achar soluções aproximadas para problemas de otimização e busca, inspirados nos mecanismos de seleção natural (Teoria da Evolução) e genética.  Eles combinam um mecanismo de valorização dos “melhores” indivíduos, ou dos mais adaptados ao objetivo em questão, com uma estrutura para combinar e “reproduzir” aleatoriamente estes indivíduos, criando uma nova população. Assim, a cada geração, um conjunto de novos indivíduos é criado utilizando-se informações contidas na geração passada. Os Algoritmos genéticos são implementados  em computadores em que uma população são representações abstratas de uma problema e os melhores indivíduos, dessa população, são selecionados para cruzamento. A evolução geralmente se inicia a partir de um conjunto de soluções criado aleatoriamente

Somos a média das pessoas que mais convivemos. O Homem é produto do meio?

Muitos filósofos e sociólogos já falaram estudaram de certa forma esse tema, mas [dentro de minha memória, que diga-se de passagem anda falhando ultimamente] me recordo de dois. O primeiro, Jean-Jacques Rousseau um grande influenciador do Iluminismo, bem como da Revolução Francesa. Este suíço influenciou Kant, Adam Smith [Pai do liberalismo], Nietzsche, entre outros. Para ele, “ o ser humano é melhor quando está mais próximo da natureza ” e continua “ quanto mais distante o ser humano se encontra da natureza, mais corrompido ele fica ”, isto é, o meio corrompe o homem, logo ela é produto do meio. O segundo, Karl Marx [ este, pelo menos, de nome muito conhecido],  dizia    " A existência precede a essência "; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra.  Lembro-me de debates homéricos na escola, mas isso não vem ao caso. Já fui perguntado muitas v