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Artigo: Sustentabilidade e tecnologia

Fonte: B2B Magazine - 08.09.2009
Estados Unidos - Sustentabilidade, economia de energia e Green IT são alguns temas que têm ganhado força no mercado de tecnologia e telecomunicações. Muitas empresas já se esforçam para atender as demandas desses assuntos e outras, que ainda atuam timidamente, começam a focar mais os esforços nesse sentido.

Uma sucinta concepção sobre sustentabilidade envolve atender às necessidades da geração atual, sem esquecer a sobrevivência dos futuros habitantes do planeta. O tema possui três vertentes: ambiental, social e econômica. Diante deste cenário nos deparamos com um grande desafio: como usar a energia atual e ao mesmo tempo reduzir a emissão de carbono.

No universo da tecnologia da informação e telecomunicações, de acordo com Daniel Sitarz, em seu livro Greening Your Business, cerca de 1 bilhão de computadores estavam em operação em 2008. Ainda segundo o mesmo autor, um pequeno escritório com seis pessoas consumia uma geração atrás 600 watts de potência, ao passo que hoje, um escritório do mesmo porte, consome cerca de 7000 watts. Não podemos nos esquecer de que vários equipamentos eletrônicos, hoje utilizados nesses escritórios, nem sequer existiam naquele momento.

Some-se ao maior uso de energia a produção do lixo eletrônico, decorrente, sobretudo, do descarte indiscriminado de peças de tais equipamentos nos aterros sanitários. Citando novamente Daniel Sitarz, são descartados pelo menos 12 milhões de computadores e cerca de 100 milhões de aparelhos celulares a cada ano, nos Estados Unidos. Percebemos então o enorme impacto que a tecnologia exerce sobre o ambiente.

Vários dos maiores fabricantes de computadores têm suas próprias iniciativas de economizar energia, bem como de receber de volta máquinas usadas de seus consumidores. Destacam-se, dentre tais iniciativas, as encabeçadas pela Dell, IBM, HP e Apple. No Brasil, vale a pena conhecer o Projeto de Criação da Cadeia de Transformação de Resíduos de Informática, do CCE – Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo.

Outras iniciativas também ajudam nesta batalha, como o uso de monitores de tela plana que consomem menos energia do que os convencionais, de tubo. Fax-modems podem substituir máquinas de fax, poupando manutenção, energia e até papel. Notebooks podem ser usados como desktops, com economia de até 70% de energia. Já os computadores pessoais devem ser desligados quando não estiverem em uso. O mesmo aplica-se a periféricos, tais como impressoras e scanners. Aliás, em relação aos periféricos, devem ser compartilhados tanto quanto possível.

Temos ainda as questões dos datacenters (DC), que muitas vezes são vistos como grandes vilões. Aqui ressalto outro dado do autor Daniel Sitarz - em 2007, nos Estados Unidos, os datacenters utilizaram 61 bilhões de kWh, ou cerca de 1,5% da eletricidade consumida pelo país. Assim, conforme o crescimento do seu uso (contratados de provedores ou próprios), também é crescente a necessidade de energia por parte de tal segmento. Desta forma, é natural que este seja um dos setores que mais têm perseguido uma maior eficiência do uso de energia.

Tais iniciativas são balizadas, hoje, por meio de métricas sugeridas pelo Green Grid, dentre as quais merece destaque a PUE (Power Usage Effectiveness), dada pelo quociente entre a Energia total do DC e a Energia dos equipamentos de TI. Uma PUE de 2,5, (típica, hoje em dia), significa que, para cada 1 kW demandado pela carga de TI, o datacenter demanda uma carga total de 2,5 kW. Ou ainda, utilizando o mesmo exemplo acima, poder-se-ia dizer que a eficiência do datacenter (DCE – Datacenter Efficiency) é de 40%.

Como se vê, há muitas oportunidades para ganho de eficiência. Iniciativas para minimizar o consumo dos equipamentos que convertem e adaptam a energia, bem como iniciativas para minimizar o consumo de refrigeração contribuirão diretamente para aumento da DCE.

Tradicionais fabricantes de equipamentos de conversão de energia, de refrigeração, entre outros, têm inovado tecnologicamente, produzindo equipamentos cada vez mais eficientes, como, por exemplo, módulos de refrigeração de alto desempenho e UPS de alta eficiência. Já em relação à carga efetiva dos equipamentos de TI, há iniciativas para minimizar o consumo de servidores, (por exemplo, diminuindo as perdas de fontes de alimentação), bem como de equipamentos de armazenamento de dados e de rede.

Ora, se já existiam inúmeras razões a compelir as companhias a aderir aos datacenters, tais como: disponibilidade da infraestrutura, contingência, recuperação de desastres, segurança da informação, normas de compliance, racionalização de gastos de TI, o Green IT faz com que se some mais uma razão às preexistentes. Com isso, as corporações precisam confiar que os datacenters, sejam os seus próprios ou os contratados, deem a máxima atenção para este tema.

Cesár Ribeiro é diretor de engenharia da Diveo e especialista em Telecomunicações

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