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Ecolâmpadas: como eu encontrei a luz

Fonte: Coluna 10:10 - Guardian - 25.09.2009

Reino Unido -

Não foi sempre assim. Há meses, eu mal pensava em lâmpadas. Nunca me preocupei com a quantidade de vezes que acendo as lâmpadas, com lúmens por watts ou com espectro de cor, nem me questionava se poderia encontrar uma lâmpada adequada aos meus sockets de casa. A coisa mais interessante que me aconteceu em relação a lâmpadas foi a recessão de refletores halógenos, quando eu tinha vinte e poucos anos. Agora, está beirando a obsessão. Aonde quer que eu vá, em toda sala que eu encontro, me pego calculando a voltagem das lâmpadas. Da cadeira do meu dentista na semana passada, eu notei pelo menos uma dúzia de halógenas de 50 watts embutidas no teto e algumas faixas de luzes fluorescentes (além daquela lâmpada super brilhante no meu rosto).

Da minha mesa no trabalho, eu consigo contar 160 faixas de luz e 50 lâmpadas individuais, sendo algumas eficientes energeticamente, muitas não, mas todas ligadas enquanto está claro e ensolarado do lado de fora. Em uma lojinha de roupas, na cidade inglesa de Bristol, eu contei 50 refletores de 35 Watts fervendo em alguns pontos da parede ou entre as roupas - e isso foi só na primeira metade da loja. Toda essa eletricidade sendo desperdiçada em calor; todas essas emissões a mais de carbono... Minha matemática mental tem me deixado muito mal humorado esses dias.

Obviamente, eu não sou o único com esse zumbido na cabeça por causa das lâmpadas. Neste ano, jornais e blogs têm transbordado de matérias (a maioria com raiva) sobre a substituição gradativa para lâmpadas mais verdes e, em particular, a retirada paralela das lâmpadas incandescentes convencionais - agora gradativamente sendo banidas da Europa - para a irritação de céticos ambientalistas em todo lugar. Lamentar o fim das incandescentes é tão estúpido quanto reclamar dos carros se tornarem mais eficientes em relação a combustíveis, ou escolher sanguesessugas em vez de tomar parecetamol para curar uma dor de cabeça. Mesmo se você não compra a ideia de economia de energia e de proteção climática, faz sentido se livrar das incandescentes simplesmente pelo dinheiro que será economizado nas faturas de eletricidade.

Como parte de um grande plano de sustentabilizar minha casa, eu pedi a Russel Smith, da companhia de construção sustentável Eco Parity, para fazer uma análise energética da minha cobertura congelante e altamente consumidora de energia. Ele identificou a iluminação o tópico principal. A iluminação estava elevando muito meu consumo de energia e, consequentemente, minha pegada de carbono. As lâmpadas incandescentes eram idênticas à grande maioria de lâmpadas utilizadas nas casas britânicas. Nestes tempos de preocupações climáticas, elas representam um fardo energético: até 95% da eletricidade de cada lâmpada é desperdiçada em forma de calor. No total, a iluminação somava 28% do meu consumo de energia em casa e mais da metade da fatura de energia elétrica. E estava produzindo cerca de 1,5 de toneladas de dióxido de carbono todo ano só com as minhas lâmpadas. Isto precisava mudar. Eu sempre soube que trocar as incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas (LFCs) mais eficientes energeticamente seria uma das formas mais fáceis de reduzir meu impacto ambiental mas, na verdade, eu nunca quantifiquei o que isto representaria para mim. As LFCs, uma versão miniatura e mais sofisticada das fluorescentes, duram cerca de dez vezes mais e consomem 80% menos energia.

No período de alguns meses, eu gastei (provavelmente muitas) noites, semanas e horas de almoço caçando e testando diferentes lâmpadas econômicas, e cada vez os modelos mais recentes de tecnologia da iluminação em relação as anteriores. Eu assustadoramente me familiarizei com termos como GU10, R50, E14 e E27 (as etiquetas técnicas para diferentes formas de lâmpadas e sockets). E eu também vi o futuro, em diodos emissores de luz (Leds) super brilhantes. Comuns em painéis de carros e em bicicletas, eles quebram todos os recordes de eficiência energética. Em alguns anos, eles serão encontrados em todas as casas também, e com nenhum dos estigmas percebidos nas LFCs. Até agora, meu hábito de emissão de 1,5 toneladas de dióxido de carbono baixou para 150 quilos por ano. Fico pensando no que aconteceria se todos fizessem essa redução. De acordo com a Energy Saving Trust, as luzes representam cerca de 20% das faturas elétricas na maioria das casas. O britânicos gastam cerca de 2,3 bilhões de libras por ano em eletricidade para iluminar suas casas, e se todos trocassem suas lâmpadas antigas por alternativas econômicas energeticamente, a eletricidade economizada em um único ano poderia energizar a iluminação pública do país por quatro anos e meio, ou oferecer eletricidade para as casas londrinas por nove meses. Se todo cidadão britânico substituísse apenas uma incandescente de 100 W por uma lâmpada econômica, as emissões de carbono evitadas seriam equivalentes à retirada de 200 mil carros das estradas por ano.

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