Pular para o conteúdo principal

Um clique pela sustentabilidade

Fonte: Envolverde - 18.09.2009
Brasil - As empresas podem e devem oferecer os recursos e informações que contribuam para a decisão consciente do consumidor, segundo articulista da Envolverde.

Já pensou como um internauta pode se tornar um consumidor consciente e um importante agente na busca pela sustentabilidade? E aqui não estamos nos referindo ao uso responsável do computador ao poupar energia ou reciclar o equipamento, claro que essas e outras atitudes também são importantes, mas neste momento a abordagem é em relação ao internauta e suas compras online.

Esta semana em São Paulo foi divulgada uma pesquisa sobre o Neoconsumidor. Segundo os pesquisadores da consultoria Gouvêa de Souza e do Grupo Ebeltoft, responsáveis pelo levantamento, esse tal neoconsumidor é mais informado, racional e exigente, pois ao fazer suas compras via internet, possui muitas ferramentas à sua disposição com apenas um clique.

Antes de voltarmos à pesquisa vale dar um panorama da situação da internet no Brasil:

Segundo o instituto Ibope Nielsen, o número de internautas brasileiros já se aproxima dos 40 milhões (dados de julho/09), considerando aqueles que utilizam o computador no trabalho ou em casa. Se forem consideradas as lan houses e telecentros, esse número sobe para mais de 60 milhões de pessoas com acesso à internet. Enquanto o total da população, no último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superou a casa dos 191 milhões de habitantes.

A pesquisa entrevistou 5.500 pessoas em diversos estados brasileiros e desse total apenas 8% disseram não fazer compras pelo computador. Isso significa que o chamado e-commerce é utilizado pela esmagadora maioria dos internautas brasileiros.

Mas o que torna esse consumidor online, como afirmado anterior, um consumidor: "informado, racional e exigente"?

Quem responde é o diretor e sócio da Gouvêa de Souza, Luiz Góes:

"Ao comparar preços e buscar informações detalhadas do produto".

Perguntei: "E onde fica o consumo consciente nessa história?"

"Essa ainda não é uma realidade, mas com o tempo com certeza será um item importante".

E as razões para essa "não realidade" são as mesmas do mundo físico, ou seja, os produtos e serviços que têm a sustentabilidade como valor agregado ainda são vistos como mais caros e, que em geral, o consumidor não está disposto a pagar. Além disso, ainda pesa a falta do interesse da maioria dos consumidores buscar informações de empresas que utilizam critérios de responsabilidade socioambiental empresarial como fundamental na sua decisão de compra.

As informações devem estar ao alcance do internauta

Se for correto pensar que o mundo virtual é apenas uma extensão do mundo físico, é também óbvio, que as necessárias transformações em busca de um mundo menos insustentável têm nas novas tecnologias uma forte aliada.

A ampliação constante do poder de decisão do consumidor internauta precisa contar com o apoio de todas as empresas do varejo e de todos os fabricantes que disponibilizam seus produtos na internet.

Colocar na sua página da internet ou no seu portfólio de produtos dados como instruções completas do melhor uso que poupem o próprio equipamento, água e energia; certificações de sustentabilidade e origem, tais como, selo Procel de economia de energia; fabricação com madeira certificada (FSC), alimentos orgânicos livres de agrotóxicos são algumas das medidas facilmente realizáveis.

Nas mãos de habilidosos designers, essas preciosas informações podem receber a devida atenção do consumidor mais distraído. Os recursos digitais também podem contribuir, inclusive, para que aqueles desinteressantes manuais entregues junto com os produtos, ganhem uma atratividade extra.

E que tal apresentar alternativas à entrega do produto sem as inúteis, volumosas e ambientalmente incorretas embalagens? Esse questionamento acompanhado de informações de consumo consciente viriam bem a calhar e facilitariam a vida do internauta consciente.

No final das contas, se importantes passos forem dados seja pelo consumidor, seja pelos responsáveis pelas vendas online, ou melhor, por ambos, é de se esperar que as próximas pesquisas sobre os internautas brasileiros ganhem um brilho e cliques muito especiais. Boas compras sustentáveis!

Reinaldo Canto é jornalista, consultor e palestrante, foi Diretor de Comunicação do Greenpeace e Coordenador de Comunicação do Instituto Akatu. BLOG – cantodasustentabilidade.blogspot.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Blog apoiado pela Siemens discute os principais desafios das grandes cidades

Fonte: Assessoria de imprensa da Siemens - 28.09.2009 Brasil - As mudanças globais apontadas pelo estudo "Desafios das Megacidades", desenvolvido pelas consultorias GlobeScan e MRC McLean Hazel, abriram espaço para a discussão de soluções para problemas como consumo de energia, transporte, moradia e emprego. O blog www.odesafiodasmegacidades.com.br , apoiado pela Siemens, discute temas como energias renováveis, eficiência energética, urbanização, crescimento sustentável e outras problemáticas presentes no crescimento das metrópoles e mostra como o desenvolvimento de novas tecnologias podem ajudar a solucionar os obstáculos do dia a dia de quem vive nas grandes cidades.

Veja como a Seleção Natural e Genética influenciam a Inteligência Artificial.

Rodrigo Regis Dentre várias técnicas de Inteligência Artificial existentes, hoje, vamos falar do Algoritmo Genético. O  Algoritmo Genético  ( AG ) é uma  t écnica  de busca utilizada na ciência da computação para achar soluções aproximadas para problemas de otimização e busca, inspirados nos mecanismos de seleção natural (Teoria da Evolução) e genética.  Eles combinam um mecanismo de valorização dos “melhores” indivíduos, ou dos mais adaptados ao objetivo em questão, com uma estrutura para combinar e “reproduzir” aleatoriamente estes indivíduos, criando uma nova população. Assim, a cada geração, um conjunto de novos indivíduos é criado utilizando-se informações contidas na geração passada. Os Algoritmos genéticos são implementados  em computadores em que uma população são representações abstratas de uma problema e os melhores indivíduos, dessa população, são selecionados para cruzamento. A evolução geralmente se inicia a partir de um conjunto de soluções criado aleatoriamente

Somos a média das pessoas que mais convivemos. O Homem é produto do meio?

Muitos filósofos e sociólogos já falaram estudaram de certa forma esse tema, mas [dentro de minha memória, que diga-se de passagem anda falhando ultimamente] me recordo de dois. O primeiro, Jean-Jacques Rousseau um grande influenciador do Iluminismo, bem como da Revolução Francesa. Este suíço influenciou Kant, Adam Smith [Pai do liberalismo], Nietzsche, entre outros. Para ele, “ o ser humano é melhor quando está mais próximo da natureza ” e continua “ quanto mais distante o ser humano se encontra da natureza, mais corrompido ele fica ”, isto é, o meio corrompe o homem, logo ela é produto do meio. O segundo, Karl Marx [ este, pelo menos, de nome muito conhecido],  dizia    " A existência precede a essência "; nenhum ser humano nasce pronto, mas o homem é, em sua essência, produto do meio em que vive, que é construído a partir de suas relações sociais em que cada pessoa se encontra.  Lembro-me de debates homéricos na escola, mas isso não vem ao caso. Já fui perguntado muitas v