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Em nome da eficiência, a iluminação deve mudar

Fonte: Valor Econômico - 14.09.2009

Europa - As lâmpadas incandescentes parecem estar com os dias contados. Em nome da eficiência energética e proteção do meio ambiente, 1º de setembro marcou o início do processo de despedida da tecnologia na Europa, com a proibição da fabricação e venda dos modelos com 100 watts, nos 27 países da União Europeia. Até 2012, os demais modelos serão banidos. Segundo as agências internacionais de notícias, a expectativa faz parte da meta de economizar 80 terawatts.hora (TWh) até 2020, e deixar de emitir cerca de 32 milhões de toneladas de carbono equivalente (TCO2e) na atmosfera.

Gigantes do setor, como Philips e Osram, manifestaram o apoio à medida, indicando as vantagens de produtos alternativos mais eficientes e disponíveis no mercado, desde lâmpadas fluorescentes compactas até a mais recente aposta nas com tecnologia LED, baseada em semicondutores para emitir luz. As características das incandescentes, de usarem só 8% da energia na produção de luz, pois o resto transforma-se em calor, seriam o principal fator para a obsolescência programada.

No Brasil, lâmpadas econômicas também vêm ganhando espaço, diz Emerson Salvador, chefe da divisão de eficiência energética do Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel), conduzido pela Eletrobrás e Ministério das Minas e Energia (MME), desde os anos 1980.

Iniciado com a etiquetagem de dois vilões do consumo de energia: motores elétricos nas indústrias e refrigeradores residenciais, o Procel promoveu sua primeira pesquisa nacional em larga escala sobre uso de eletrodomésticos em 1988. Descobriu que famílias brasileiras tinham, então, uma lâmpada fluorescente para sete incandescentes em suas casas. Na repetição mais recente do estudo, realizada em 2005, a proporção mudou para 50% de cada tipo.

"Tendo a achar que hoje há menos incandescentes que fluorescentes. Apesar de mais caras, as fluorescentes têm vida útil até cinco vezes maior e consumo quatro vezes menor", diz ele, ao avisar que, em 2007, o programa já acumulava etiquetas indicativas de eficiência energética para 21 categorias de equipamentos, somando 2,3 mil modelos. Todos eles, com a adesão dos fabricantes. A avaliação sempre cabe a uma rede de laboratórios, majoritariamente instalada em universidades brasileiras, com apoio do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).

Intitulada Procel Edifica, a etiquetagem mais recente começou a dar notas de A até E para o consumo de energia de edificações comerciais. Na primeira fase, entram em análise três aspectos de edifícios com mais de 500 m2: envoltória, sistemas de iluminação e de climatização do ambiente. Itens como iluminação e ventilação naturais, uso racional de água e de energia solar contam a favor.

Dados do programa indicam que edificações residenciais, comerciais e públicas são responsáveis por cerca de 45% do consumo de energia elétrica no Brasil. Enquanto a eficientização em novos projetos arquitetônicos pode resultar em 50% de economia de energia, a taxa média de redução resultante de reformas de edifícios existentes cai para 30%.

Emerson Salvador lembra que o país conta com a Lei 10295/01, da Eficiência Energética, que permite ao governo estabelecer níveis máximos de consumo, com metas nacionais que também poderiam ser estabelecidas para lâmpadas incandescentes. Colocada entre as opções mais avançadas, a tecnologia LED já serve, na iluminação pública, para dar luz aos monumentos e compor a sinalização de trânsito, exemplifica. Mas o custo, até cinco vezes superior ao modelo mais eficiente a sódio, e problemas com relação à durabilidade e rendimento, em temperaturas tropicais, levaram o Procel a buscar mais informações sobre a tecnologia, antes da adoção em outras funções, acrescenta Marcel da Costa Siqueira, coordenador do programa Reluz (Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica Eficientes), também conduzido pela Eletrobrás e MME, para dar eficiência à iluminação pública.

Em pouco mais de 13 anos de funcionamento, diz Siqueira, o Reluz criou mecanismos de apoio financeiro, com participação de concessionárias e prefeituras, contribuindo para que o índice do uso de lâmpadas a vapor de mercúrio na iluminação pública caísse de 81% para 32% no país, enquanto que as de vapor de sódio, mais ecoeficientes, evoluíssem de 7% para 63%. O programa envolveu, até agora, cerca de R$ 447 milhões em investimentos, majoritariamente para a eficientização da iluminação pública em mais de 1,3 mil municípios brasileiros. São de valores financiados às concessionárias de energia elétrica, que cobrem até 75% do custo dos projetos, a juros de 6,5% ao ano. O resultado, diz , foi economia superior a 786,2 GWh/ano.

Apoiada em dados da Agência Internacional de Energia (IEA), a Philips acentua que a iluminação consome 19% de toda a eletricidade no mundo. Desse total, quase 60% representam o consumo das edificações, enquanto que a iluminação viária absorveria 15%. Trata-se de um segmento em que não é difícil ter reduções de até 70% no consumo de energia, dado a predominância de equipamentos antigos, frisa o diretor de assuntos corporativos, Fabiano Ribeiro de Lima. Uma redução de 20% no consumo no quesito iluminação na América Latina, resultaria em menos 9 milhões em TCO2e emitidos na atmosfera, calcula.

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