Pular para o conteúdo principal

O que é uma Rede Neural Artificial?

Rodrigo Regis

O desafio da Rede Neural Artificial (RNA) é simular em processadores computacionais o funcionamento do cérebro humano. Atualmente é possível, com RNAs, reconhecer padrões, extrair regularidades e detectar relações subjacentes em um conjunto de dados aparentemente desconexos. Também, já se consegue analisar dados ruidosos, incompletos e imprecisos, além de prever sistemas não lineares, que podem ser usados em sistemas caóticos e no mercado bolsas de valores.

A rede neural se assemelha ao cérebro em dois aspectos:

  •         A capacidade de adquirir conhecimento a partir de um processo de aprendizagem;
  •       A capacidade de armazenar conhecimento adquirido através das conexões entre os neurônios, isto é, pesos sinápticos.
O sistema nervoso é formado por um conjunto de neurônios. Nos neurônios a comunicação é realizada através de impulsos, quando um impulso é recebido, o neurônio o processa, e passado um limite de ação, dispara um segundo impulso que produz uma substância neurotransmissora o qual flui do corpo celular para o axônio (que por sua vez pode ou não estar conectado a um dendrito de outra célula). O neurônio que transmite o pulso pode controlar a freqüência de pulsos aumentando ou diminuindo a polaridade na membrana pós sináptica. Eles tem um papel essencial na determinação do funcionamento, comportamento e do raciocínio do ser humano. Ao contrário das redes neurais artificiais, redes neurais naturais não transmitem sinais negativos, sua ativação é medida pela freqüência com que emite pulsos, freqüência esta de pulsos contínuos e positivos. As redes naturais não são uniformes como as redes artificiais, e apresentam uniformidade apenas em alguns pontos do organismo. Seus pulsos não são síncronos ou assíncronos, devido ao fato de não serem contínuos, o que a difere de redes artificiais.


Figura 1 - Neurônio Natural

Por sua vez, a RNA é formada por vários neurônios artificiais interconectados, onde cada conexão possui um ou mais pesos sinápticos responsáveis em armazenar a informação. Outra característica importante é a função de ativação do neurônio, que possui como entrada o resultado da soma dos pesos sinápticos. Os pesos sinápticos são de grande importância para uma rede neural, pois determinam toda a manipulação de valores da rede. A Figura 2 apresenta um modelo de um neurônio artificial.


Figura 2 - Modelo de um neurônio Artificial


Uma modelagem matemática para o funcionamento do neurônio artificial consiste em realizar duas operações matemáticas básicas: a função soma(somador); e função de transferência (função de ativação). A função soma processa os estímulos ponderados pelos respectivos pesos. A sua saída é a entrada da função de Ativação que, por sua vez, determina se a informação será levada a diante.

Cabe destacar que uma RNA é constituída por uma camada de entrada e de saída, e, geralmente, apresenta camadas intermediárias ou ocultas. A Figura 3 ilustra uma estrutura de uma modelagem de uma RNA.

Figura 3 - Estrutura de uma RNA

Outro aspecto importante em uma RNA é a habilidade de aprender de seu ambiente e, com isso, melhorar seu desempenho. O processo de aprendizagem é feito por meio de ajustes aplicados aos pesos da rede. Esse processo é interno, ou seja, a rede neural artificial é capaz de se modificar em função da necessidade de aprender a informação que lhe foi apresentada. O aprendizado ocorre quando a rede neural artificial atinge uma solução generalizada para uma classe de problemas. Existem 3 tipos de aprendizagem:


  •       Aprendizagem supervisionada. É quando um agente externo informa à rede qual a resposta correta para um desejado padrão de entrada. Diante disto, os ajustes de pesos acontecem buscando atingir a saída desejada.
  •      Aprendizagem não-supervisionada. É quando não existe um agente externo indicando a resposta desejada. Neste caso, a própria Rede Neural utiliza os neurônios como classificadores, e os dados de entrada para classificação. Assim, esse tipo de rede organiza e classifica os dados de acordo com algum critério. 
  •      Aprendizagem híbrida, que mescla os conceitos da duas anteriores. Parte dos pesos é determinada por meio da aprendizagem supervisionada, enquanto outros são obtidos por meio da aprendizagem não-supervisionada.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Blog apoiado pela Siemens discute os principais desafios das grandes cidades

Fonte: Assessoria de imprensa da Siemens - 28.09.2009 Brasil - As mudanças globais apontadas pelo estudo "Desafios das Megacidades", desenvolvido pelas consultorias GlobeScan e MRC McLean Hazel, abriram espaço para a discussão de soluções para problemas como consumo de energia, transporte, moradia e emprego. O blog www.odesafiodasmegacidades.com.br , apoiado pela Siemens, discute temas como energias renováveis, eficiência energética, urbanização, crescimento sustentável e outras problemáticas presentes no crescimento das metrópoles e mostra como o desenvolvimento de novas tecnologias podem ajudar a solucionar os obstáculos do dia a dia de quem vive nas grandes cidades.

Veja como a Seleção Natural e Genética influenciam a Inteligência Artificial.

Rodrigo Regis Dentre várias técnicas de Inteligência Artificial existentes, hoje, vamos falar do Algoritmo Genético. O  Algoritmo Genético  ( AG ) é uma  t écnica  de busca utilizada na ciência da computação para achar soluções aproximadas para problemas de otimização e busca, inspirados nos mecanismos de seleção natural (Teoria da Evolução) e genética.  Eles combinam um mecanismo de valorização dos “melhores” indivíduos, ou dos mais adaptados ao objetivo em questão, com uma estrutura para combinar e “reproduzir” aleatoriamente estes indivíduos, criando uma nova população. Assim, a cada geração, um conjunto de novos indivíduos é criado utilizando-se informações contidas na geração passada. Os Algoritmos genéticos são implementados  em computadores em que uma população são representações abstratas de uma problema e os melhores indivíduos, dessa população, são selecionados para cruzamento. A evolução geralmente se inicia a partir de um conjunto de soluções criado aleatoriamente

Curso de Básico de Eficiência Energética - Cap.5 Lâmpadas fluorescentes e reatores eletrônicos eficientes

Vamos agora listar uma série de dicas para economizar energia reduzindo a potência e o tempo de funcionamento. Hoje existem no mercado lâmpadas fluorescentes de menor potência e que iluminam da mesma maneira que as tradicionais. Por exemplo: Se você tem uma lâmpada fluorescente de 40W, substitua por uma de 32W ou de 28W (neste caso será necessário substituir a luminária); Se você tem uma lâmpada fluorescente de 20W substitua por uma de 16 W ou de 14W (neste caso será necessário substituir a luminária); Em qualquer situação faz-se necessário um cálculo luminotécnico, com um engenheiro eletricista ou técnico graduado para cumprir com as exigências da Norma ABNT 5413 - Iluminação de Interiores. Essas lâmpadas necessitam, para seu funcionamento, um equipamento denominado reatore. Existem 2 tipos: Convencionais que consomem em torno de 15 W para cada duas lâmpadas fluorescentes de 40W; Eletrônicos que consomem 2W para a mesma situa