O FANTASMA DA PRIVATIZAÇÃO VOLTOU - Eletrobras terá de vender controle de distribuidoras, sugere Santander
Banco apresentou ao Conselho de Administração da estatal proposta de reestruturação das empresas federalizadas
Sueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de Brasília, Negócios e Empresas
10/02/2014 - 19:54h
10/02/2014 - 19:54h
A proposta apresentada pelo Banco Santander para a reestruturação das seis distribuidoras do grupo Eletrobras sugere a venda do controle societário para um parceiro privado, com a manutenção de participação minoritaria da estatal. A informação foi dada nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, pelo representante dos acionistas minoritários da Eletrobras, João Antonio Lian, ao sair da reunião do Conselho de Administração da empresa. Os representantes do governo no conselho preferiram não comentar as declarações do conselheiro.
Lian acredita que a decisão só deverá ser tomada após as eleições de outubro desse ano. "A Eletrobras vai perder um valor substancial que ela investiu nessas distribuidoras. E vai entrar um sócio novo que terá de investir para fazer com que elas sejam eficientes", explicou. O conselheiro acrescentou que a estatal ainda terá que aportar algum recurso na negociação. "O que vai aportar depende do percentual com que ela queira ficar de participação", disse.
A outra opção à venda do controle, segundo Lian, seria vender a totalidade do capital das empresas. Só que o prejuízo seria integral, pois o investimento feito até agora pelo controlador já alcança entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões. A Eletrobras controla atualmente as distribuidoras dos estados de Alagoas, Piauí, Rondonia, Roraima, Acre e Amazonas.
O representante dos minoritários afirma que a decisão sobre a entrada de um parceiro depende do acionista controlador, que é a União, e terá de ser tomada antes da renovação das concessões. Mas, para atrair interessados, será necessário dar aos investidores garantias de que esses contratos serão prorrogados.
"As concessoes vencem em 2015 e elas não tem métricas, com certeza, para renovação", avaliou o conselheiro. A manutenção de padrões mínimos de qualidade na prestação do serviço de distribuição será um dos principais parâmetros usados pelo governo na renovação das concessões das distribuidoras.
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