Fórum Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono mostra os benefícios de investir no tratamento dos dejetos animai
O primeiro evento aconteceu no município de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, e levou cerca de 70 pessoas para o auditório da Sicredi Aliança PR/SP
A equipe do projeto
Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono realizou o primeiro fórum com o
intuito de destacar a importância do reaproveitamento dos dejetos animais por
possibilitar uma produção mais rentável e sustentável. Os produtores do oeste
paranaense tiveram a oportunidade de conhecer, no dia 24 de novembro, as
vantagens que existem ao adotar as tecnologias para o reaproveitamento dos
dejetos na suinocultura.
Na ocasião, o fiscal
federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), Sidney Medeiros, iniciou o fórum mostrando os principais pontos do
Plano ABC e do projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono.
“O Plano ABC é o
compromisso da agricultura brasileira com a redução de emissões dos gases de
efeito estufa. Por meio do Plano pretendemos fazer com que produtores rurais do
Brasil todo adotem tecnologias de baixa emissão de carbono, como o tratamento
dos dejetos animais”, destacou Medeiros.
Na seqüência, o consultor
do projeto Cleandro Pazinato Dias destacou as tecnologias de produção mais
limpa na suinocultura brasileira. O tema “Geração de renda a partir dos dejetos
da suinocultura: biofertilizante, biogás e energia elétrica” foi abordado pelo
consultor Fabiano Coser.
“O aproveitamento
econômico dos resíduos na produção de suínos é importante, hoje existem
tecnologias que permitem total economia tanto dos efluentes, seja na forma de
biofertilizante líquido ou sólido, além da tecnologia para a utilização desses
efluentes por meio da biodigestão com a produção do biogás e a transformação em
energia térmica e elétrica. Realmente, fecha-se um ciclo com o aproveitamento
econômico desses resíduos”, destaca Coser.
O pesquisador da Embrapa
Suínos e Aves, Paulo Armando Victória de Oliveira, falou sobre a gestão da
água, ponto importante na produção de suínos. Ele mostrou os trabalhos
desenvolvidos no estado de Santa Catarina. Além disso, ressaltou a compostagem
e a produção de biogás utilizando os biodigestores ao mostrar o lado técnico e
econômico, a necessidade da utilização e onde se aplica de acordo com o tamanho
da propriedade.
Por fim, o engenheiro
agrícola do Banco do Brasil, Leandro Capuzzo, destacou as oportunidades de
financiamento e as linhas de crédito para as tecnologias de baixa emissão de
carbono.
O produtor rural
Edison Schneider possui um biodigestor em sua propriedade há oito anos e disse
que o Fórum complementa a sua atividade ao participar das palestras e conhecer
as novas tecnologias. “Vale apena investir nos dejetos animais, esse processo
beneficia tudo na minha produção, sendo muito mais viável economicamente (em
três anos ele conseguiu cobrir o investimento) e ambientalmente”, destaca.
O Fórum Suinocultura de
Baixa Emissão de Carbono é uma realização do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA) e conta com o apoio do Instituto Interamericano
de Cooperação para a Agricultura (IICA), da Embrapa Suínos e Aves e da
Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
O segundo Fórum será
realizado na capital mineira, Belo Horizonte, no dia 14 de dezembro, na
Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais- ASEMG.
Uma visita à
Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao Centro Internacional de Energias Renováveis
(CIBiogás)
A comitiva do Projeto
teve a oportunidade de conhecer o CIBIogás e visitar o Parque Hidrelétrico de
Itaipu (PTI) durante a visita ao estado do Paraná.
O CIBiogás é uma instituição científica que atua em prol do desenvolvimento sustentável por meio das energias renováveis, focando no estudo, na utilização e na criação de projetos voltados para o biogás.
A origem do centro remete
à Usina Hidrelétrica de Itaipu pela necessidade de estudar os tipos de energias
renováveis para sanar problemas de poluição na sua barragem, devido a dejetos
animais despejados inadequadamente por algumas propriedades rurais do Oeste do
Paraná. Atualmente, o centro é independente e conta com 17 instituições que
atuam direta e indiretamente em projetos de energias renováveis.
Na ocasião, o engenheiro
ambiental Luiz Thiago destacou a história e os números do Centro. Ele
apresentou o posto para abastecer os carros movidos a biometano, uma novidade
no setor, considerado um gás natural, não poluente e originário dos resíduos
animais.
O centro conta com 11
unidades demonstrativas voltadas para a produção do biogás, com foco nos
pequenos e médios produtores rurais e em cooperativas do Oeste do Paraná.
Além disso, o centro iniciou, este ano, a expansão das atividades para o
exterior ao iniciar a implantação da primeira unidade internacional de
demonstração, no país vizinho sul-americano, Uruguai.
O Condomínio de
Agroenergia para Agricultura Familiar Ajuricaba
Dentre as unidades demonstrativas está o condomínio Ajuricaba. É um projeto inovador que possibilita uma nova visão de trabalhar em equipe por meio do biogás. Uma área agrícola composta por 33 produtores rurais gera energia por meio de dejetos animais e resíduos agrícolas. O intuito do projeto é tratar o dejeto de forma descentralizada dos produtores, cada um produz biogás, que passa por um gasoduto e chega até uma central com um volume maior de gás. O modelo está sendo replicado para outras regiões, como Itapiranda (Santa Catarina) e em San Jose, Uruguai.
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