De acordo com o presidente do conselho do Forum Latino Americano de Smart Grid, Cyro Boccuzzi, resolução 482 será o início do fim do mercado cativo.
O setor elétrico está prestes a passar pela sua maior revolução, de acordo com o presidente do conselho do Forum Latino Americano de Smart Grid, Cyro Boccuzzi. Com a resolução 482, publicada em abril deste ano, que define prazos para que as distribuidoras formulem regras para conexão de de microgeradores à rede, o executivo prevê uma grande mudança no perfil do setor nos próximos cinco anos.
Em palestra no XX Seminário de Distribuição de Energia Elétrica, na última quinta-feira, 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Bocuzzi afirmou que "a microgeração é uma tecnologia que, no nosso entender e olhando tudo o que tem acontecido no mercado, é considerada um caminho sem volta para as empresas de energia. Como costumo dizer, a 482 marca o início do fim do mercado cativo de energia".
Com a microgeração, o caminho da energia não será mais unilateral, mas terá duas vias. O cliente passará a ser então consumidor e gerador, gerando sua própria energia e injetando seu excedente na rede. Segundo o executivo, "com o consumo médio brasileiro em torno de 180 kW/mês, o dia que os painéis fotovoltaicos estiverem disponíveis em larga escala e a preços populares, teremos uma grande mudança nos negócios que sustentam as distribuidoras de energia e o mercado precisa pensar e se preparar para isso".
Realidade essa que, segundo o diretor da área de Gestão de Ativos da DNV Kema, Bijoy Chatt, não vai demorar muito a acontecer. Chatt apresentou um estudo que indica a redução de mais de 17% nos custos de implantação de projetos de energia solar fotovoltaica entre 2009 e 2010. Segundo o executivo, o preço de instalação da energia solar fotovoltaica cairá dos U$ 0,20/kWh atuais para menos de U$ 0,05/kWh em até dez anos.
O estudo, realizado na Califórnia, Estados Unidos, consiste de um programa de incentivo à energia solar e descontos para consumidores. A partir da iniciativa, foi possível descobrir que o projeto gera ganhos na capacidade da transmissão de energia entre 500 MW e 900 MW. Apesar das vantagens, Chatt lembrou que umas das principais barreiras às novas tecnologias é o custo com valor elevado. Além disso, a tais fontes contam ainda com o fator da intermitência e a falta de padrões e regulação que garanta um ambiente seguro para os investidores. Boccuzzi completou dizendo que "é preciso que os governos consigam integrar essas novas tecnologias dentro de uma política energética mais abrangente e garantir que as empresas possam ter algum tipo de retorno de investimento".
Além da questão da microgeração, o superintendente de tecnologia e inovação da Light, Fábio Toledo, lembrou que outra tecnologia que irá favorecer o consumidor é o smart grid. Com investimento de R$ 65 milhões provenientes da Light e da Cemig, distribuidora de Minas Gerais, o programa Smart Grid Light já instalou 300 mil medidores inteligentes em toda a sua área de concessão. Mas, além dos medidores, a iniciativa da Light também investe na automação da rede, uma vez que o ganho do Smart Grid vem da sinergia dos processos. Segundo Toledo, "o programa da Light pode ser considerado o primeiro programa nacional e um dos primeiros programas internacionais que é totalmente integrado, passando desde a parte de medição, passando pela automação residencial, chegando até os processos de automação da rede e na inteligência nos processos de automação, medição, e da rede".
Dentro do programa, dois novos equipamentos foram desenvolvidos pela companhia. Um deles é uma base elétrica inteligente, onde toda a parte não metrológica de smart grid é colocada, de forma que seja possível encaixar qualquer tipo de medidor com certificação da ABNT. Outro aparelho é a o painel de medidores com barras informativas que mostram o consumo do cliente e a tarifa aplicada no momento.Inicialmente, as tecnologias serão aplicadas na comunidade Cruzada de São Sebastião, localizada no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Além disso, há uma perspectiva de implantação no Shopping Leblon e em algumas residências do entorno do centro comercial.
Apesar do investimento da empresa na modernização da rede, segundo o diretor de distribuição da Light, José Humberto Castro, o grande problema da companhia no estado é o furto de energia. "Hoje a Light deixa de faturar até R$ 1,5 bilhão por ano só com furtos de energia. E só há um caminho para reduzir essas perdas, que é investir em tecnologia", disse o executivo também presente no evento.
Para tentar reduzir o problema, a empresa investe, desde 2010 no programa de Áreas de Perda Zero. A concessionária dividiu a área do Rio de Janeiro em pequenas áreas, onde microempresas têm a responsabilidade de gerir a distribuição dessas regiões, ganhando recompensas pela redução das perdas. Atualmente, já existem oito áreas no Rio de Janeiro e como resultado, Castro anunciou que em uma área de APZ onde em janeiro a adimplência era de 86,7%, com as ações da empresa responsável, em setembro subiu para 93,9%.
Em palestra no XX Seminário de Distribuição de Energia Elétrica, na última quinta-feira, 25 de outubro, no Rio de Janeiro, Bocuzzi afirmou que "a microgeração é uma tecnologia que, no nosso entender e olhando tudo o que tem acontecido no mercado, é considerada um caminho sem volta para as empresas de energia. Como costumo dizer, a 482 marca o início do fim do mercado cativo de energia".
Com a microgeração, o caminho da energia não será mais unilateral, mas terá duas vias. O cliente passará a ser então consumidor e gerador, gerando sua própria energia e injetando seu excedente na rede. Segundo o executivo, "com o consumo médio brasileiro em torno de 180 kW/mês, o dia que os painéis fotovoltaicos estiverem disponíveis em larga escala e a preços populares, teremos uma grande mudança nos negócios que sustentam as distribuidoras de energia e o mercado precisa pensar e se preparar para isso".
Realidade essa que, segundo o diretor da área de Gestão de Ativos da DNV Kema, Bijoy Chatt, não vai demorar muito a acontecer. Chatt apresentou um estudo que indica a redução de mais de 17% nos custos de implantação de projetos de energia solar fotovoltaica entre 2009 e 2010. Segundo o executivo, o preço de instalação da energia solar fotovoltaica cairá dos U$ 0,20/kWh atuais para menos de U$ 0,05/kWh em até dez anos.
O estudo, realizado na Califórnia, Estados Unidos, consiste de um programa de incentivo à energia solar e descontos para consumidores. A partir da iniciativa, foi possível descobrir que o projeto gera ganhos na capacidade da transmissão de energia entre 500 MW e 900 MW. Apesar das vantagens, Chatt lembrou que umas das principais barreiras às novas tecnologias é o custo com valor elevado. Além disso, a tais fontes contam ainda com o fator da intermitência e a falta de padrões e regulação que garanta um ambiente seguro para os investidores. Boccuzzi completou dizendo que "é preciso que os governos consigam integrar essas novas tecnologias dentro de uma política energética mais abrangente e garantir que as empresas possam ter algum tipo de retorno de investimento".
Além da questão da microgeração, o superintendente de tecnologia e inovação da Light, Fábio Toledo, lembrou que outra tecnologia que irá favorecer o consumidor é o smart grid. Com investimento de R$ 65 milhões provenientes da Light e da Cemig, distribuidora de Minas Gerais, o programa Smart Grid Light já instalou 300 mil medidores inteligentes em toda a sua área de concessão. Mas, além dos medidores, a iniciativa da Light também investe na automação da rede, uma vez que o ganho do Smart Grid vem da sinergia dos processos. Segundo Toledo, "o programa da Light pode ser considerado o primeiro programa nacional e um dos primeiros programas internacionais que é totalmente integrado, passando desde a parte de medição, passando pela automação residencial, chegando até os processos de automação da rede e na inteligência nos processos de automação, medição, e da rede".
Dentro do programa, dois novos equipamentos foram desenvolvidos pela companhia. Um deles é uma base elétrica inteligente, onde toda a parte não metrológica de smart grid é colocada, de forma que seja possível encaixar qualquer tipo de medidor com certificação da ABNT. Outro aparelho é a o painel de medidores com barras informativas que mostram o consumo do cliente e a tarifa aplicada no momento.Inicialmente, as tecnologias serão aplicadas na comunidade Cruzada de São Sebastião, localizada no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Além disso, há uma perspectiva de implantação no Shopping Leblon e em algumas residências do entorno do centro comercial.
Apesar do investimento da empresa na modernização da rede, segundo o diretor de distribuição da Light, José Humberto Castro, o grande problema da companhia no estado é o furto de energia. "Hoje a Light deixa de faturar até R$ 1,5 bilhão por ano só com furtos de energia. E só há um caminho para reduzir essas perdas, que é investir em tecnologia", disse o executivo também presente no evento.
Para tentar reduzir o problema, a empresa investe, desde 2010 no programa de Áreas de Perda Zero. A concessionária dividiu a área do Rio de Janeiro em pequenas áreas, onde microempresas têm a responsabilidade de gerir a distribuição dessas regiões, ganhando recompensas pela redução das perdas. Atualmente, já existem oito áreas no Rio de Janeiro e como resultado, Castro anunciou que em uma área de APZ onde em janeiro a adimplência era de 86,7%, com as ações da empresa responsável, em setembro subiu para 93,9%.
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