Tecnologias disruptivas e cibersegurança: Os principais riscos/desafios para o crescimento de setor de energia na América do Sul.
Os dados coletados na pesquisa indicam que é cada vez mais crucial para o setor de energia na América do Sul investir em equipes de inovação e adotar estratégias mais ousadas para superar os desafios, especialmente diante das incertezas do cenário político e econômico atual. No Brasil, é comum as empresas de energia dedicarem sua equipe de inovação principalmente à carteira de P&D, com alguns projetos corporativos pontuais e programas de capacitação. No entanto, para determinar se a inovação é uma prioridade real na empresa, é necessário avaliar a estrutura organizacional e o orçamento alocado para esse fim, dessa forma perceberemos se é ou não prioridade na empresa.
Estratégia e Riscos de Crescimento
A pesquisa revela que as estratégias das empresas do setor de energia são: terceirização, joint ventures e fusões e aquisições estratégicas para crescer e desbravar novos mercados, com novos produtos ou serviços. Já nos riscos para o crescimento, as empresas do setor de energia estão priorizando a segurança cibernética, a disrupção tecnológica e as cadeias de suprimento como os principais riscos a serem enfrentados. A pesquisa destaca que, aliado a isso, as iniciativas de ESG (ambientais, sociais e de governança) perderam espaço nesta pesquisa, enquanto os riscos geopolíticos ganharam destaque. Em 2021, ESG estava com 23% como prioridade operacionais entre os respondentes, agora são 6%.
Isso quer dizer que para crescer e desbravar novos mercados, com novos produtos e serviços a saída será atuar com terceiros, e atuar em inovação aberta de forma colaborativa pode proporcionar isso. Será que vamos ver esse movimento acontecer com mais frequência no setor energético brasileiro e sul-americano? Isso pode abrir muitas oportunidades. Não há dúvidas quanto aos desafios para crescimento que vão além da commondite KWh.
O valor do propósito e a importância da agenda ESG
O propósito continua sendo um pilar crucial para que as empresas alcancem seus objetivos de crescimento. Os CEOs reconhecem que o propósito da organização pode influenciar o desempenho e a reputação financeira da empresa, melhorar as estratégias de investimento e fortalecer as relações com clientes, funcionários e outros stakeholders. Embora as preocupações com riscos geopolíticos tenham ganhado destaque, as iniciativas ESG e o propósito das empresas ainda estão interligados.
No entanto, a falta de métricas padronizadas para medir os resultados é um obstáculo significativo na implementação de medidas ESG, segundo 56% dos entrevistados na América do Sul. Outras barreiras incluem questões comerciais e falta de tecnologia para monitorar as iniciativas de forma eficiente, que foram apontadas por 13% dos respondentes cada. Também foram mencionados riscos relacionados a mudanças frequentes na regulamentação.
Além disso, o atual cenário político tem impactado os planos ESG das empresas, de acordo com 88% dos entrevistados.
DESCARBONIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
De acordo com uma pesquisa com CEOs sul-americanos, a falta de soluções tecnológicas adequadas é a principal barreira para a implementação de uma estratégia eficaz de “carbono zero" e outras ambições climáticas semelhantes, com 38% dos entrevistados indicando essa questão como um desafio. Esse número aumenta para 44% entre os CEOs do setor de energia. Outros obstáculos mencionados incluem o alto custo da descarbonização e a falta de experiência e habilidades para lidar com essas questões.
Neste sentido, a estruturação de uma tese de inovação bem estruturada surge como uma possibilidade para essas empresas estabelecerem sinergia com terceiros, estruturem empresas com parceiros ou invistam em startups para novos negócios disruptivos de maneira estruturada e pensada dirimindo riscos. Não há dúvidas que essa estratégia ajudará a desenvolverem novas soluções para superar os desafios.
A pesquisa deste ano revelou uma mudança notável nas decisões de investimento em relação à estratégia de transformação tecnológica e digital. Os dados indicam que os líderes estão dando mais importância aos investimentos em capacitação de pessoal, com decisões de investimento em tecnologia e competências obtendo um peso de 50% cada uma.
Essa tendência é impulsionada pela escassez de talentos, que é considerada um risco significativo para o crescimento por executivos de diversos setores em todo o mundo. Portanto, atrair e reter talentos será cada vez mais uma estratégia fundamental.
CONLUSÕES
Em vista do atual cenário enfrentado pelo setor de energia, é imprescindível que as empresas invistam em inovação para enfrentar os desafios, tais como a segurança cibernética, a disrupção tecnológica, a implementação das pautas ESG e o gerenciamento de riscos geopolíticos. A inovação é a chave para estabelecer alianças com terceiros, criar joint ventures estratégicas para novos mercados, bem como fazer aquisições e fusões estratégicas por meio da inovação aberta. Somente assim, as empresas do setor poderão se manter competitivas e superar os desafios do setor.
Ao falar de inovação, é necessário destacar a importância de criar times que pensem em soluções cooperativas para promover a competitividade, resolvendo desafios como a falta de métricas na implementação de ESG ou os riscos relacionados à disrupção tecnológica mencionados pelos CEOs. A cooperação com a inovação tem o potencial de diversificar produtos e serviços, além de aumentar o faturamento das empresas.
Para alcançar esse objetivo, é fundamental que as empresas definam uma tese de inovação alinhada à sua estratégia corporativa, estabelecendo uma tese de investimento e implementação baseada nos horizontes de inovação. Esse estudo reforça a necessidade de inovar para crescer e se manter competitivo em um mercado cada vez mais desafiado
Minha experiência com cooperação e inovação demonstra a impressionante capacidade de diversificar produtos e serviços. No PTI, ao focarmos em inovação aberta, observamos um crescimento exponencial no número de produtos e serviços oferecidos à sociedade, bem como no faturamento. Mas, como aplicar esse modelo em grandes corporações? Sem dúvida, a linha mestre é a mesma.
Rodrigo, parabéns pelo texto! Uma reflexão muito interessante e construtiva! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado, Jemoel! Na verdade só fiz uma análise e trouxe algumas reflexões sobre essa pesquisa da KPMG. Acho que temos muitas oportunidades no setor de energia para desbravar. Na verdade, se aprofundarmos, iremos ver que essas dores se aplicam a empresas de outros setores. Temos que estar atentos e preparados para as tendências e sinais do mercado.
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