Fonte: O Globo - 18.02.2010
Brasil - O forte aumento do consumo de energia elétrica - que bateu recordes sucessivos este mês com as altas temperaturas - não afetará a meta de economia prevista com o horário de verão, que termina no próximo dia 21.
Segundo um técnico do setor, a redução do consumo deverá ficar em torno de 4,5%, dentro das previsões iniciais, o que representa cerca de dois mil megawatts (MW) desde 18 de outubro do ano passado.
O técnico explica que a meta já foi traçada com expectativa de demanda mais alta neste verão, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em janeiro, o consumo de energia no país registrou um aumento de 2,6% em relação ao mês anterior e de 12,1% em comparação a janeiro de 2009. O setor estima que neste ano o consumo de energia deverá crescer 7,4%, contra queda de 1,1% no ano passado. Além das altas temperaturas, também houve retomada da atividade econômica. Em fevereiro, o pico de consumo chegou a 71 mil MW.
Aumenta procura por ar condicionado
Segundo especialistas, a escassez de aparelhos de ar condicionado no mercado também evitou uma explosão maior do consumo de energia elétrica nas residências. A falta do produto - apontada pelo GLOBO há mais de três meses - persiste. Segundo redes varejistas, as vendas dobraram em relação às previsões iniciais e ficaram muito acima do ano passado, tornando mais difícil a reposição de estoques e provocando o sumiço dos aparelhos nas lojas.
No Grupo Pão de Açúcar, as vendas de ar condicionado do Ponto Frio e do Extra este ano, até 17 de fevereiro, foram 160% maiores do que em igual período de 2009.
A diretora de compras da Ricardo Eletro, Sonia Trindade, disse que as vendas da rede neste verão foram o dobro do esperado, apesar de uma renegociação com a indústria no mês de novembro.
"O calor foi muito maior que o imaginado. Nós nos reunimos com a indústria em novembro, eles aumentaram a produção, mas não chegou a ser suficiente para atender à demanda. Eles não podem expandir tanto de um mês para outro. Vendemos o dobro do que prevíamos, mas estimamos que, se tivéssemos produtos, as vendas de ar condicionado e de ventiladores teriam sido 30% maiores", disse Sonia.
A professora Sonia Machado, de 53 anos, esteve na loja da Ricardo Eletro no Centro do Rio ontem e, após duas semanas de procura, encontrou um modelo da Consul de 12.000 BTUs, por R$ 1.299, mas com prazo de entrega de sete dias.
"Já fui a muitas lojas, mas não consigo encontrar o que quero. Vou fazer uma última pesquisa de preço para ver se acho algo mais barato aqui perto, mas se não encontrar vou comprar este mesmo", disse.
A dona de casa Cíntia Mikaely, de 23 anos, optou por um modelo mais caro do que o previsto inicialmente para não correr o risco de ficar sem o ar condicionado. Sua família procurava um aparelho sem controle remoto de até R$ 600, mas acabaram pagando R$ 899 por um exemplar da chinesa Gree de 7.000 BTUs.
"Está muito quente e não dá para ficar sem ar condicionado. Vamos gastar um pouco mais, mas pelo menos conseguimos comprar", disse Cíntia.
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) informou, em nota, que "a onda de calor muito intenso, que supera as médias dos últimos anos para este período e que atinge várias cidades do país nestes dias, tem levado muitos consumidores a adquirir ventiladores e aparelhos de ar condicionado, em um ritmo maior do que o já esperado para esta época do ano".
Eliano Santana dos Santos, gerente de vendas de condicionadores de ar da Elgin, fabricante brasileira de ar condicionado, confirma que a onda de calor foi forte, mas estima que seus concorrentes fizeram projeções modestas de crescimento de vendas, sem levar em conta o aumento da renda média do brasileiro:
"Muitas de nossas concorrentes têm sede no exterior e, com a crise global, muitas matrizes não apostavam em avanço tão forte das vendas". A Elgin previa aumentar a produção neste ano em 40%, mas já está produzindo 60% mais.
Segundo o IBGE, os aparelhos de ar condicionado ficaram, no mês passado, 0,96% mais caros que em dezembro, contra inflação oficial de 0,75%.
Olá Rodrigo! Pela sua empresa conseguir detectar seu blog e gostaria de saber mais sobre a sua profissão. Estava pensando em segui-la, mas todos falam que não dá muito dinheiro e que o mercado está fraco - ou seja, sem apoio. Mas sempre tive interesse em ser engenheira de desenvolvimento de eletrodomésticos!
ResponderExcluirPrezada Laura,
ResponderExcluireu estou muito realizado com minha profissão. Na verdade sou engenheiro eletrônico e estou fazendo mestrado em Engenharia de Sistemas. Eu busquei ser empreendedor. Hoje possuo duas empresas a EcoEnergia e a NCTI. A primeira atua no setor energético que está em uma crescente. Particularmente trabalho em pesquisa e desenvolvimento das empresas. Na EcoEnergia nossas pesquisas são em smart grids e smart meter, energias alternativas, Inteligencia Artificial aplicado a otiização de consumo de energia, na NCTI nossas pesquisas são voltadas para desenvolvimento de sistemas com RFID, Sistemas de Gestão de Demandas no setor púbico e de processamento digital de imagens.
Bem, o nosso país está vivendo uma realidade muito boa para a Engenharia. Não está está faltando empregos para nós engenheiros, pelo contrário está faltando bons engenheiros no mercado. Portanto, se o seu medo é ficar desempregada ou não receber bem, pode ficar despreocupada. A nossa profissão está vivendo um bom momento e deve perdurar, pois somos a nona economia do mundo e grandes investimentos estruturadores virão com a Copa e as Olimpíadas.
Abraço