Nesses meus mais de 10 anos em função executiva, deparei-me muito com desafios alinhados a mudança de “status quo” de organizações. Em alguns momentos com mais autonomia para aplicar “minha teoria” [ que, n a verdade, não é bem minha, mas da literatura], outras vezes nem tanto. Mas, o fato é que aprendi muito [ seja com os erros, seja também com os acertos].
Portanto, decidi compartilhar com vocês a minha experiência, todavia, longe de mim, querer ser o grande especialista e estudioso nesta área de conhecimento. Vou organizar em algumas postagens sobre diversos assuntos, mas, por ora, focarei em Cultura e Elaboração de Estratégias.
Se conselho fosse bom, não se daria, né?
Mas, olha!
Se eu fosse você levaria em consideração a Cultura de sua empresa na elaboração das estratégias empresariais.
Os grandes equívocos das organizações [ e vejo isso acontecer em organizações grandes], são:
a. traçar estratégias na alta administração e “pensar” que a estrutura de comando e controle será o suficiente para execução e, consequentemente, alcançar os objetivos aspirados.
b. Elaborar estratégias sem considerar a cultura empresarial e, o pior, não compreender que a estratégia acontece, mesmo quando não traçada pela alta direção [isso vamos entender mais a frente].
E falando em cultura, vou trazer uma definição de Silvio Meira em seu livro - O que é estratégia?. "Cultura é o fluxo de informação em um contexto". Contexto, por sua vez, é uma rede social [o que toda empresa é, querendo ou não]. "Portanto, a cultura é o fluxo de informação em uma rede social, onde as pessoas interagem entre si para criar significado e conhecimento".
Significado e conhecimento que muitas vezes não estão documentados ou normatizados, mas estão ali influenciando o dia-a-dia da organização, inclusive, tomando e influenciando decisões [mesmo sem a alta direção saber] o tempo inteiro.
"À medida que as coisas acontecem, os agentes da rede da empresa – as pessoas – enfrentam diferentes níveis de indefinição dos problemas a serem resolvidos. Inquietos e curiosos como somos, e dispostos a dar ao cliente o que ele pede da empresa, mudamos as coisas à nossa volta para produzir os resultados necessários, transformando o contexto o tempo todo. O contexto, em todo sistema social ou organizacional é vivo, está sempre em fluxo. A CULTURA também e a estratégia, idem” [Silvio Meira - A cultura não come a estratégia no café da manhã]. Isto é o que precisa ser entendido pela alta gestão da empresa. Ao invés de sair punindo os agentes que promovem a mudança de contexto, precisa-se avaliar se aquela ação que provocou a mudança de contexto agregou valor na empresa e se satisfez o cliente. Se a resposta for sim, então devemos consolidar essa cultura transmitindo essa informação no contexto.
Todo agente que faz escolhas em contexto, seja onde for, está o tempo todo alterando o contexto, em tempo real. A organização deve estar ciente disso, pois é sua estratégia que está o mudando. O tempo todo.
A cultura de um negócio é a prática da sua teoria, isto é, o resultado da diferença da prática e teoria é a cultura; quanto maior o hiato [ou a diferença] entre as duas, mais disfuncional e menos sustentável ele é. Considere o cenário de mudanças rápidas e de grande magnitude nos mercados e desenvolva como manter o alinhamento entre prática e teoria, aliado a competitividade e sustentabilidade. Logo, a cultura de negócios sustentáveis é uma estratégia de mudança contínua. E aí? O que você faz na empresa contribui para diminuir esse hiato entre teoria e prática? Se sim, você está contribuindo fortemente, a mudança cultural de sua organização.
Portanto, devemos elaborar estratégias levando em consideração a cultura que temos, mas estimulando a cultura que aspiramos ter na organização, sabendo que os meios para se atingir os resultados podem ser aprimorados [ desburocratizados].
Em minha carreira este desafio é constante [ creio que na vida de todos executivos e empresários]. Muitos foram os desafios a serem trabalhado em mudança de cultura, mas sabia que para se consegui êxito era necessário mudar contextos, isto é, criar ações que perturbassem o sistema criando fluxo de informações para, assim, aos poucos, mudar a cultura [ na verdade eu não sabia, mas tinha esse feeling...kkk]. Sempre é bom ler conteúdos que ajudar a tangibilizar esses "feelings". Uma vez, um amigo meu, definiu-me como "o cara para trabalhar mudança de status quo de empresas", mas, na verdade, todos que trabalha com inovação estão continuamente trabalhando com isso.
obs.: Calma...estou retomando agora...em outras postagens irei trazer alguns cases que trabalhei.
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