Transformando aspirações em capacidades: uma abordagem estratégica para desenvolvimento de competências em organizações
Criar competências é simples, basta treinar a equipe ou contratar pessoas com habilidades prontas. E, pronto [ tcharam!], resolvido!
Quem dera que fosse um processo tão simples assim, principalmente, em organizações já consolidadas. Não consigo imaginar isso, sem antes ter compreender alguns passos, são eles: qual a estratégia da organização? Para aonde estamos indo? Para enfim, analisar que capacidades preciso desenvolver para alcançar meu propósito e objetivo?
Olha! Quando o que se propõe a fazer na organização é quebrar paradigmas, mudar contextos e com isso alterar o fluxo de informação da empresa, mudando, por consequência, a cultura, precisamos dar uns passos antes de elaborar novas competências.
É claro que nesse contexto, irás “lutar" contra os modelos pre-existentes [normas, processos e, até os não declarados, como a Cultura]. Em toda organização [como em nossas vidas] somos, mesmo inconscientemente, guiados por um conjunto de crenças. A primeira coisa que precisamos internalizar é:
"Você nunca muda as coisas lutando contra o que já existe. Para mudar alguma coisa, construa um novo modelo que faça com que o modelo atual se torne obsoleto"
Richard Buckminster Fuller
Sabias palavras, não?
Então, precisaremos de ESTRATÉGIA. Olha, até hoje a melhor definição de estratégia que vi foi está:
"Estratégia é transformação em contexto. Transformando aspirações em capacidades"
Silvio Meira
O processo de transformação estratégica em uma organização jamais acaba, a menos que ela acabe, Sempre alguém faz uma escolha, não importa o lugar ou o momento, que pode mudar o contexto e [pronto!] alguma estratégia emerge.
A execução de estratégias requer treinamento das equipes, mas sobre tudo, envolvê-las nos porquês, isto é, construir e transmitir de maneira transparente para onde o barco tem que ir e o por quê. Pois, é na base onde as ações acontecem e a transformação em contexto se dá.
Mudanças e novos desafios, requer novas estratégias e, neste caso, rediscutir, criar novos "por quês" e "quês", além de convencer equipes para, então, criar os “comos" correspondentes em processos de negócios que implementam o que se combinou para atingir novos objetivos.
Toda estratégia empresarial precisa levar em conta em seu contexto: o cliente. O cliente tem aspirações e um dos problemas que a estratégia empresarial precisa resolver é como transformar “aspiração” do cliente em “satisfação do cliente”. É isso que significa a transformação de aspirações em capacidades.
Silvio Meira
Bem, desenvolver capacidades é desenvolver [novas] competências a depender das estratégias elaboradas. O sucesso de uma estratégia desenhada para novos desafios, culmina no desenvolvimento de novas competências nas organizações.
A quase 3 anos fui convidado para estruturar a Diretoria de Negócios e Inovação do Parque Tecnológico Itaipu. E um grande desafio foi criar algo que mude contexto. Vamos fazer coisas que não fazíamos antes, para isso precisamos transformar estratégias em capacidades que consiga atingir o objetivo traçado. Hoje, é possível ver vários competências que foram desenvolvidas, bem como o surgimento de uma nova cultura organizacional. Criamos um conceito inovador de plataforma de aceleração de negócios com foco na democratização de acesso a infraestruturas tecnológicas para startups com foco em reduzir riscos e ajudar os empreendedores a passar pelo "vale da morte", para isso foi necessário redesenhar estratégias, adaptá-las aos desafios de implementação que tínhamos e ,isso, nos levou a desenvolver novas competências e habilidades.
Mais vamos acrescentar alguns exemplos de empresas que desenvolveu novas competências para enfrentar novos desafios com foco na agragação de valor para o cliente.
1. Amazon. A empresa começou vendendo livros online, mas rapidamente expandiu sua oferta para incluir uma variedade de produtos e serviços, como música, filmes, eletrônicos e até mesmo comida. A Amazon desenvolveu novas competências em logística, entrega rápida e inteligência artificial para atender às necessidades de seus clientes e se manter competitiva no mercado.
2. Google, que começou como um mecanismo de busca, mas rapidamente se expandiu para outras áreas, como aplicativos, dispositivos móveis e inteligência artificial. A Google desenvolveu novas competências em tecnologia de processamento de dados, análise de dados e inteligência artificial para melhorar seus produtos e serviços e se manter competitiva no mercado.
3. Nokia. Fundada em 1865 como uma fábrica de papel, passou por vários transformações, incluindo, transformação de borracha, cabos elétricos e eletrônicos. Foi líder em telefonia móvel, em 1982 lançou seu primeiro dispositivo e depois perdeu espaço para a Apple e Samsung.Hoje, se reinventou novamente concentrando suas principais atividades em IoT, 5G e fazendo parcerias para expandir sua presença em vários mercados.
Cada reinvenção exige desenvolver novas competências e para isso precisa de estratégia com propósito, mas uma coisa é fato, a estratégia é um processo contínuo e dinâmico. Portanto, a INOVAÇÃO e a capacidade de mudar rapidamente são elementos fundamentais para uma estratégia ser bem-sucedida, logo a estratégia tem que ser adaptativa e não preditiva, preciso estar preparado para lidar com incertezas e mudanças inesperadas, para ser flexível e adaptar-se às novas realidades.
Resumindo, elaborar e executar estratégias com foco em aproveitar as oportunidades externas, significa alinhar ou redesenhar as capacidades e competências da empresa. E aí? vamos nos reter a vender as capacidades/competências que temos? ou teremos que nos adaptar as aspirações do mercado? O que seria da Nokia se tivesse focado em vender o que sabe fazer desde sempre? Será que estaria ainda vendendo papel ou já teria sido fechada e esquecida no tempo?
Excelente visão!
ResponderExcluirObrigado, Marcus pelo comentário!
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