Protocolo de cooperação técnica pretende estimular construção de edificações projetadas com medidas de eficiência energética. Acordo tem como foco obras de programas como o Minha Casa e o PAC
Alexandre Canazio, para o Procel Info
A eficiência energética para novas construções continua ganhando força. Após o lançamento da certificação para edifícios comerciais e públicos, foi a vez de um protocolo de cooperação técnica assinado por duas gigantes em seus respectivos setores: Caixa Econômica Federal (CEF) e Eletrobrás. As estatais vão unir forças para estimular a construção de edificações, principalmente, residenciais, que insiram ações de eficiência energética em seus projetos.
O acordo, assinado na última quarta-feira, 22 de julho, tem a interveniência do Ministério de Minas e Energia, que vai facilitar o entedimento com outros ministérios, como o das Cidades. Segundo Frederico Souto Maior, engenheiro do Procel Edifica, essa intermediação é importante porque o protocolo assinado visa, principalmente, às obras dos programas Minha Casa, Minha Vida e de Aceleração do Crescimento (PAC). O foco será nos projetos de habitação para a baixa renda e saneamento.
"Como as ações envolvem outros ministérios, decidiu-se fazer o protocolo com a Caixa com a interveniência do Ministério de Minas e Energia", explicou Souto Maior. O protocolo não consiste em novos investimentos, mas em unir a expertise da Eletrobrás em eficiência energética e a força da CEF na área de financiamento habitacional e de obras de saneamento. A intenção é incluir nos projetos ações de eficiência energética desde a sua concepção para evitar intervenções futuras em busca da economia.
Um dos principais interesses da Caixa é na área de aquecimento solar para habitações de interesse social, as chamadas casas populares, que estão no centro do programa Minha Casa, Minha Vida. Nessa área, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) deve entrar com os estudos que têm em parceria com o laboratório Green Solar da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas).
O Procel Edifica vai oferecer também os trabalhos no segmento de conforto ambiental para a construção das residências. "Os projetos das casas de interesse social são os mesmos, mas eles podem ser adaptados para a realidade de cada cidade", observou Souto Maior. O programa tem estudos feitos em Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre (PA). O Procel Sanear também vai se envolver na cooperação para obras de saneamento.
A parceira entre Caixa e Eletrobrás terá vigência de 60 meses a partir da assinatura do protocolo. Essa não é a primeira parceria entre as duas empresas. O acordo inicial, encerrado em maio passado, resultou na certificação de duas unidades da Caixa com a nova etiqueta de eficiência energética para edificações: uma agência bancária, localizada em Curitiba (PR), e o edifício-sede de Belém (PA). De acordo com Souto Maior, a CEF tem a intenção de converter todos os seus prédios em estruturas ambientalmente sustentáveis.
"Inicialmente, pensamos em fazer um aditamento do primeiro protocolo, mas vimos que poderíamos aprofundar a parceria. Por isso, o novo protocolo", explicou o engenheiro do Procel Edifica. Souto Maior não descarta ao término deste acordo uma nova revisão da parceria. O Procel, como da primeira vez, vai investir na capacitação do corpo de arquitetos e engenheiros da CEF. Esses profissionais são responsáveis pela avaliação dos projetos financiados pelo banco federal.
O objetivo é atender os funcionários, como gerentes, que atendem os mutuários para orientá-los na escolha das unidades habitacionais a serem adquiridas, incluindo questões de conservação de energia. "Uma de nossas metas é que o usuário entre em uma agência da Caixa e tenha pessoas que possam apresentar alternativas", contou Souto Maior.
A primeira prioridade do protocolo será o projeto de aquecedores solares para casas populares. Isso é uma das prioridades da CEF, em decorrência do Minha Casa, Minha Vida. O Ministério de Meio Ambiente formou semana passada um grupo de trabalho sobre o assunto. Outro ponto destacado por Souto Maior foi o alcance da Caixa. O banco está junto de governos estaduais e municipais. "As ideias conseguem chegar mais perto da sociedade, que é a proposta do projeto", sintentizou Souto Maior.
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