Brasil - A mudança na forma de cobrança da conta de energia elétrica poderá proporcionar redução nos gastos para o consumidor. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) analisa a possibilidade de alterar a metodologia de cobrança do serviço, que, atualmente é contabilizada com valor fixo. Segundo a proposta, a energia elétrica passaria a ser cobrada de acordo com o horário de utilização, assim como ocorre na telefonia. Nos horários de pico, como no início das manhãs e das noites, os custos seriam mais altos em relação aos demais períodos do dia. Assim, o usuário teria um maior controle dos seus gastos, com a alternativa de economia ao redefinir os horários de uso.
Para o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (STIEESP), a medida é relevante porque vai “incentivar a população a economizar energia, além de mudar os horários habituais de consumo”. Considerado o vilão da conta de luz, o uso do chuveiro elétrico poderia ficar concentrado em horários cuja cobrança pelo serviço seja menor. “Quem tomar banho ou passar roupa fora dos horários de pico será beneficiado com a alteração”, afirma o presidente da entidade, Carlos Reis.
Implementação
Caso sejam aprovadas, as mudanças serão implantadas no longo prazo, admite a Aneel. Tudo porque o atual sistema de medição de energia elétrica, utilizado em residências e em pequenos estabelecimentos comerciais, não informa o horário em que ocorre o consumo, mas somente o total de quilowatts/hora consumido por cada local.
Por esta razão, para que a medida seja viável, será necessário trocar todos os medidores de energia atuais pelo modelo eletrônico, capaz de registrar o consumo por horário. No entanto, entidades do setor, como o próprio Sindicato dos Eletricitários, temem que os custos para a troca do medidor sejam repassados ao consumidor.
“Se o custo recair sobre o usuário, pode haver um desestímulo para troca do medidor, caso a Aneel realmente mude a forma de cobrança”, explica Reis. Segundo ele, as empresas possuem capital suficiente para investir na modernização dos novos aparelhos de medição. Estima-se que o preço do aparelho de medição mais moderno seja o dobro do convencional, utilizado hoje. De acordo com especialistas, essa é a maior dificuldade para a implantação das medidas.
Economia
A professora aposentada Cibele Julio Pereira, 59, afirma que seus gastos com energia elétrica oscilam entre R$ 65 e R$ 75 mensais. Ela mora com seu companheiro e costuma tomar banho e passar roupas em horário de pico, mas estaria disposta a mudar seus hábitos para pagar menos na conta de luz.
“Como sou aposentada e, conseqüentemente, com horários flexíveis, poderia tomar banho e fazer outros serviços que gastam mais energia em outros períodos do dia. Espero que a recompensa seja interessante”, afirma. Ela espera que as medidas sejam aprovadas, também, para auxiliar a preservação do meio ambiente.
Especialistas estimam que os consumidores da chamada Classe A, que não se preocupam com o custo da energia, não devem promover mudanças em seus hábitos de consumo. Para eles, a adesão das novas medidas seria por preocupação social exclusiva com o meio ambiente. Procurada, a Aneel informou que as medidas estão sendo analisadas e que, em seguida, será encaminhada para discussão em audiência pública.
Videogames consomem mais que chuveiro e geladeira
Apontados como vilões da conta de luz, o chuveiro, a geladeira e o ferro de passar roupas podem gastar menos que um aparelho de videogame. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela agência australiana Choice, que comparou o gasto médio de alguns aparelhos. Mesmo que as tarifas de energia elétrica sejam distintas entre a Austrália e o Brasil, o consumo medido por KWh é o mesmo. Assim, o estudo pode servir como parâmetro para apurar o impacto do uso de energia elétrica por alguns eletrônicos no bolso do consumidor.
De acordo com a pesquisa, os consoles modernos, mais precisamente o PlayStation 3, da Sony, e o Xbox 360, da Microsoft, ocupam o pódio dos aparelhos que mais consomem energia. A agência mostra que apenas para manter o equipamento ligado na tomada, em modo stand by, pode custar US$ 250 a mais na conta de luz no final de um ano. Para se ter uma ideia, esse gasto é, aproximadamente, cinco vezes maior que o consumo de um refrigerador de médio porte. Ainda segundo a pesquisa, outro videogame da nova safra, o Nintendo Wii, febre entre adolescentes e adultos, gasta apenas um décimo da energia elétrica de um Playstation 3.
TV e computador
A TV de plasma também foi apontada pelo teste como vilã da conta de luz. O gasto de energia deste tipo de equipamento é quatro vezes maior frente aos televisores comuns, de tubo, aponta a agência Choice. Segundo os especialistas, enquanto que um televisor moderno de plasma representa US$ 232 extras na conta ao longo de um ano, o consumo do modelo convencional sai por US$ 51 anuais. O cálculo considera os aparelhos em modo stand by durante todo o ano.
Já os computadores, que costumam ficar ligados por mais tempo, utilizam menos energia que as TVs de plasma, em US$ 130 anuais, em média. Os PCs podem gastar ainda menos energia se o computador possuir monitor de LCD, que são duas vezes mais econômicos na comparação com os monitores convencionais. A recomendação da pesquisa para quem deseja gastar menor energia é deixar os equipamentos fora da tomada e somente ligá-los no momento da utilização.
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